quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Desafio

Uma experiência incrível. Experiência que enquanto discente da EaD me fez perceber os dois lados da moeda ao mesmo tempo. A apreensão da teoria coligada à prática enquanto aluna, me fez sentir o funcionamento e os possíveis conflitos. Tive agradáveis surpresas, porém, todas elas com um certo toque de receio, medo do errado, medo do incerto, do novo. Tanto no quesito seriedade quanto experiência de vida, de ensino, de aprendizagem. Transformei qualquer pré conceito a dificuldade em relação à modalidade. Não há o olho no olho, não há o ouvir a voz, não há outra percepção senão o que nos orienta ao ler um comentário apenas pelo virtual.
Bom, e o medo de ser mal interpretado ou até mesmo interpretar mal por algo não bem lido, ou não bem escrito, se torna mais fácil. É aí que vimos a necessidade de uma boa leitura, boa escrita.
Estamos mais acostumados e interpretar a expressão corporal, facial, a entonação da voz. É diferente quando conhecemos alguém e nos falamos por bate-papos, na EaD há pessoas de diferentes lugares, de diferentes culturas, com diferentes formas de ver o mundo e, essencialmente, desconhecidas. A vivência do contato é através da escrita. O processo de inferência das mensagens é mais complicado.
Focada a essa ideia, me passa pela mente aquelas indicações da comunicação através de recursos de uma rede. Ainda estou aprendendo a portar no espaço virtual, a nos movimentar e a aprender. O grande potencial de compartilhamento, trocas, criações conjuntas, também as relações humanas por meio da internet estão se estabelecendo de forma diversa da presencial. A relação muda, ao mesmo tempo sentimos diminuir a timidez e nos manifestamos com mais tranquilidade, porque nosso intermediador, a princípio é uma tela. Então, não temos a censura do olhar do outro, não vemos as emoções do outro, nos sentimos mais soltos… É bom e também ruim, tenho a sensação de que tudo pode ser dito e expressado, as palavras parecem que possuem um filtro… a tela, os cabos, a “frieza” da não manifestação das emoções do outro físico, real. Isso acaba significando para o emissor que o outro não sentirá como se tivessem sido ditas diretamente, mas o outro, na recepção da mensagem, do outro lado da tela, dos cabos, receberá as palavras e as emoções por elas transmitidas. Muitas vezes pode parecer que há uma “liberdade” ao utilizar a internet como meio aparentemente impessoal para dar margem a comportamentos e/ou comentários que pessoalmente não fariam. Esses embates nas formas de agir se mostram evidentes dentro de um espaço virtual de aprendizagem, em que se concentram diferentes mentes trabalhando em conjunto.
O fato é que muito se tem a refletir e observar nessa nova forma de nos movimentarmos no mundo, sem território definido, nos projetando para dentro da tela, da rede, do espaço e nos comunicando de novas formas, até há pouco nem imaginadas.

REFLEXÃO
Aprendi muito. Minhas participações nos debates, comentários que só serviram e vão continuar servindo de grande enlevo pessoal e profissional.
É importante considerar que, independente da denominação utilizada, o que caracteriza a modalidade educacional a distância é a separação entre o professor e o aluno, separação entre aluno e aluno, apenas no espaço e/ou no tempo e o fato da comunicação ser medida por alguma forma tecnológica. É, aí, que lembramos, que a EaD torna-se uma alternativa viável no atendimento, não somente das demandas de grupos específicos, em contextos com alta renda e acesso tecnológico, mas, também, para grupos dispersos geograficamente, com restrições de acesso às tecnologias de terceira geração e com urgente necessidade de atualização e formação, gerada pela obsolescência acelerada dos conhecimentos, causada pelo avanço da tecnologia e da Ciência. E essa diversidade de demanda e diferentes possibilidades de acesso às mídias de cada público é que implica a necessidade da existência de diversos cursos e estratégias pedagógicas. Por isso,
não existe um modelo único e rígido de educação à distância. Pelo contrário, a riqueza de modelos e combinações possíveis exigem que em cada caso se escrevam criativamente metodologias e esquemas que resultam nas mais apropriadas, levando em conta as necessidades, condições e meios de cada situação particular. (ARMENGOL, apud JUSTIFINIANI, 1994, p. 14)

Tendo em vista que os tempos atuais demandam maior dinamismo no processo de ensino-aprendizagem.
Esse desafio trouxe aprimoramento para meu desenvolvimento pessoal e porque não dizer também profissional.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Educação

Ensino à distância se sai melhor que presencial no Enade

da Folha

"A educação a distância, no Brasil, ainda é vista com desconfiança por boa parte da sociedade. Os primeiros resultados no Enade (exame do MEC que avalia o ensino superior) dos alunos que ingressaram em cursos superiores com essa modalidade de ensino, no entanto, mostram que, na maioria das áreas, eles estão se saindo melhor do que os estudantes que fazem o mesmo curso, mas da maneira tradicional.
Pela primeira vez desde a criação do Enade (2004), o Inep (órgão de avaliação e pesquisa do MEC) comparou o desempenho dos alunos dos mesmos cursos nas modalidades a distância e presencial. Em sete das 13 áreas onde essa comparação é possível, alunos da modalidade a distância se saíram melhores do que os demais.

Quando a análise é feita apenas levando em conta os alunos que ainda estão na fase inicial do curso -o Enade permite separar o desempenho de ingressantes e concluintes-, o quadro é ainda mais favorável ao ensino a distância: em nove das 13 áreas o resultado foi melhor.

Nesses casos, turismo e ciências sociais apresentaram a maior vantagem favorável aos cursos a distância.
Geografia e história foram os cursos em que o ensino presencial apresentou melhor desempenho.
A análise só dos concluintes ainda é limitada porque apenas quatro áreas de nível superior -administração, formação de professores, matemática e pedagogia- já têm concluintes em número suficiente para que seja tirada uma média e comparada com a dos demais.

Entre os concluintes, o melhor desempenho para estudantes a distância foi verificado em administração e matemática, enquanto em pedagogia e formação de professores o resultado foi inverso.

Apesar de bem aceita em outros países, a educação a distância -em que a maior parte do curso não é realizada em sala de aula, com um professor- ainda não deslanchou no Brasil.

Quando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 1996, sinalizou o incentivo dessa modalidade -regulamentada dois anos depois pelo governo federal- alguns especialistas esperavam um crescimento acelerado, afinal, o Brasil tinha -e ainda tem- uma imensa população sem nível superior espalhada por um território vasto.

Não foi isso, porém, o que aconteceu. Segundo o último Censo da Educação Superior do MEC, relativo a 2005, havia apenas 115 mil alunos matriculados em cursos de graduação a distância -o total de universitários foi de 4,5 milhões.

O censo mostra que os cursos despertam pouco interesse. Em 2005, foram oferecidas 423 mil vagas, mas apenas 234 mil estudantes se inscreveram em processos seletivos e, desses, somente 127 mil efetivamente ingressaram nos cursos.

Fogo cruzado

“Apesar das inúmeras experiências bem-sucedidas em outros países, o ensino a distância continua sob fogo cruzado no Brasil, com o argumento de que vai piorar a qualidade. Alguns até reconhecem o seu efeito democratizante, mas temem que traga ainda mais dificuldades a um sistema educacional com problemas. Os dois últimos Enades, no entanto, mostram que este temor é injustificado”, avalia o diretor de Estatísticas e Avaliação da Educação Superior, Dilvo Ristoff.
A educação a distância é uma das principais apostas do Ministério da Educação na área de formação de professores.

Inspirado num programa iniciado há seis anos pelo governo do Rio, o MEC criou a UAB (Universidade Aberta do Brasil), que funcionará como um consórcio formado por universidades e centros federais que oferecerão cursos a distância.

O secretário de Educação a Distância do MEC, Carlos Eduardo Bielschowsky, diz que o foco na formação de professores nos primeiros cursos oferecidos pela UAB acontece não por uma limitação do curso a distância, mas sim para atender a uma demanda não atendida. “É possível estender a outras áreas, desde que não se abra mão da qualidade.”

Fonte: http://acertodecontas.blog.br/atualidades/ensino-a-distancia-se-sai-melhor-que-presencial-no-enade/